Histórico e fato de que menos de 25% das pessoas dos grupos prioritários se vacinaram contra a gripe até agora preocupam

O inverno está chegando e uma série de indicadores preocupam a administração municipal. O primeiro deles é o histórico de internações do Hospital Dr. Lauro Reus (HLR), que mostra que as internações por doenças respiratórias aumentam muito nos meses mais frios do ano. O segundo e mais inquietante é a baixa procura da vacina contra a gripe por parte dos grupos prioritários, justamente as pessoas que têm mais chances de complicação em caso de doença.

Em 2024, das 360 internações por doenças respiratórias registradas no hospital, 172 ocorreram de maio a agosto, os meses mais frios do ano, ou seja, 47,77%. Em 2025, ocorreram 80 internações pelo mesmo motivo até agora, número que deve aumentar bastante até agosto, principalmente porque a cobertura vacinal dos grupos prioritários (gestantes, crianças e idosos) contra a gripe está bem abaixo da que foi registrada no ano passado — 24,15% a 53,47%. “O aumento de internações no inverno ocorre todos os anos, principalmente por doenças respiratórias, por isso alertamos a todos: façam a vacina contra a influenza, fundamental para proteger a saúde individual e coletiva, reduzindo as hospitalizações”, destaca a secretária municipal de Saúde, Luana Schnorr.

Soma-se a tudo isso um terceiro fator. O Rio Grande do Sul vive uma epidemia de dengue, com cidades da região metropolitana, como Porto Alegre e São Leopoldo, abrindo inclusive hospitais de campanha. Em Campo Bom, a situação até o momento está sob controle, visto que apenas 83 casos foram confirmados na cidade no ano — eram 4.051 no mesmo período do ano passado. Um aumento repentino no número de casos de dengue, portanto, poderia agravar ainda mais o cenário projetado com as doenças respiratórias, causando a superlotação do hospital.

Contra a dengue, a vacina também é um dos grandes trunfos, disponível em todas as unidades de saúde. Neste momento, por determinação do Ministério da Saúde, a vacinação é exclusivamente para crianças de 10 a 14 anos, em razão do alto risco de hospitalização. São duas doses, com intervalo de três meses entre as doses.

Hoje, 55% dos leitos de internação do hospital estão ocupados. “Estamos atentos à elevação sazonal da demanda, atualmente com número de atendimentos dentro do limite de segurança e capacidade de absorver novos casos. Para enfrentar o aumento previsto, adotamos medidas preventivas e operacionais como a revisão e reforço dos protocolos clínicos, redimensionamento de equipes e escalas de plantão e monitoramento diário da taxa de ocupação hospitalar, avaliando a necessidade de ampliação de leitos clínicos”, observa a enfermeira-chefe do HLR, Bruna Borges Fernandes.

Mais que se preocupar, Prefeitura busca soluções

Uma série de medidas estão sendo adotadas pela administração municipal a fim de garantir que, principalmente neste período, todos que precisarem, sejam atendidos, ressalta o prefeito Giovani Feltes. As unidades de saúde dos bairros Operária, Porto Blos e Santa Lúcia estão abrindo mais cedo e fechando mais tarde, atendendo das 7h às 19h, e não é coincidência que começaram a fazê-los em maio. O objetivo é justamente, junto com a UBS Paulista, que atende até às 22h, facilitar o acesso à rede pública de saúde.

Por falar em Pronto Atendimento, ao fim das obras no HLR, o PA passará a funcionar junto ao hospital, atendendo 24 horas por dia, sete a mais que hoje. A mudança vai facilitar o fluxo entre os serviços, garantindo agilidade nos casos de maior complexidade. Isso deve ocorrer no segundo semestre do ano, significando também a conclusão da terceira e última etapa da reforma do hospital — subsolo e emergência estão prontos, falta a parte das consultas e exames eletivos. O prefeito manifesta ainda o interesse de investir em novos equipamentos para o hospital, especialmente num de ressonância magnética, que hoje o HLR não tem.

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